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Título: Emprego ou vocação? correlatos do bem-estar em professores universitários
Autor(es): Cacciari, Marcella Bastos
Orientador: Guerra, Valeschka Martins
Palavras-chave: professores universitários
bem-estar
virtudes
psicologia
Data do documento: 30-Abr-2015
Editor: Universidade Federal do Espírito Santo
Resumo: Disseminam-se atualmente em todo o mundo pesquisas que colocam em pauta a forma com que os professores sentem e vivenciam a profissão. Na mesma direção, o interesse dos pesquisadores em diversos países encontra-se voltado para a tentativa de compreender o quanto as pessoas se sentem felizes ou realizadas em suas potencialidades, principalmente a partir do conceito chave de bem-estar. Surge, portanto, a possibilidade de uma abordagem positiva para as questões que envolvem o bem-estar docente. Nesse sentido, o presente trabalho procurou compreender se, e em que medida, o bem-estar dos professores estaria associado às virtudes que consideram importantes para ser um bom professor, ao seu comportamento como docente, à qualidade do papel no trabalho e aos seus valores individuais. Assim, foram realizados dois estudos principais que tiveram como participantes professores universitários de todo o Brasil. No estudo 1, foram investigadas especificamente as virtudes necessárias para ser um bom professor e o quanto os participantes percebiam que tais características os descreviam como profissionais. Participaram 214 docentes, que responderam um questionário on-line formado por questões sociodemográficas e duas perguntas abertas sobre as virtudes do bom professor. A análise textual foi realizada a partir do software IRAMUTEQ e representada graficamente pela análise de similitude. De acordo com os resultados obtidos, as virtudes mais valorizadas no exercício docente foram conhecimento, temperança, justiça e humanidade. No que se refere à percepção dos professores acerca de suas próprias virtudes, três foram citadas com maior freqüência pelos participantes, respectivamente, temperança, transcendência e humanidade. No Estudo 2, procurou-se, principalmente, verificar o padrão de bem-estar subjetivo de professores e sua correlação com as virtudes, os seus comportamentos cotidianos na prática docente, a qualidade do papel no trabalho, e os seus valores pessoais. Participaram 262 docentes, que responderam um questionário on-line formado por questões sociodemográficas e seis escalas (Escala de Qualidade dos Papéis do Trabalho; Escala de Importância e Percepção das Forças de Caráter Versão Docente; Lista de Comportamentos do Professor; Escala de Satisfação com a Vida; Escala de Bem-Estar Afetivo no Trabalho; Questionário de Valores Básicos). As análises de correlação foram conduzidas no software SPSS versão 18. Os resultados demonstraram que a importância e a percepção das virtudes correlacionaram-se significativamente aos comportamentos do professor e aos valores. A percepção das virtudes também se correlacionou positivamente aos aspectos positivos da qualidade de papel do trabalho e aos afetos positivos, e negativamente aos afetos negativos. Para além disso, foram encontrados ainda dois pontos principais de convergência entre os dados: em um sentido mais amplo, a relevância do estudo das virtudes para a compreensão do comportamento e do bem-estar docente, e mais especificamente, a relação estabelecida, em ambos os estudos, entre a importância e a percepção das virtudes temperança e transcendência e as condições inadequadas de trabalho dos professores. Consequentemente, pesquisas futuras e projetos de intervenção deveriam considerar o uso das forças de caráter no trabalho para a diminuição da vivência de emoções negativas, e com vistas ao aumento de emoções positivas e dos níveis de bem-estar subjetivo.
Current research studies have emphasized the way in which teachers feel and experience the profession. At the same time, researchers in several countries have been trying to understand how people feel happy or accomplished in their potential, mainly from the key concept of well-being. Therefore the possibility of a positive approach arises to the issues surrounding teacher welfare. The present study aimed at understanding whether and to what extent the teachers' welfare would be associated to the virtues that are perceived as important to be a good teacher, to their behavior as a teacher, the perceived quality of work roles, and their individual values. Two studies were conducted with higher education teachers around Brazil. Study 1 aims were to investigate the virtues considered necessary to be a good teacher and how the participants perceived that these characteristics described them as professionals. Participants were 214 university teachers who answered an online questionnaire consisting of sociodemographic questions and two open questions. Textual analyses were performed with IRAMUTEQ software and graphically represented by the similarity analysis. Results showed that the most valued virtues in teaching practice were knowledge, temperance, justice and humanity. With regard to the perception of teachers about their own virtues, three were cited most frequently by the participants, respectively, temperance, transcendence and humanity. Study 2 aimed at investigating the pattern of subjective well-being of teachers and their correlation with virtues, their teaching practice, the perceived quality at work roles, and their personal values. Participants were 262 university teachers who answered an online questionnaire consisting of sociodemographic questions and six scales (The Quality Roles of Paid Work Scale; Importance and Perception of Character Strengths Scale – Teacher version, Teachers’ Behaviors Checklist, Satisfaction with Life Scale; Affective Well-being at Work Scale, Basic Values Questionnaire). Correlation analyzes were conducted using SPSS software version 18. The results showed that the importance and perception of the virtues were significantly correlated to teachers’ behaviors and values. The perception of the virtues also correlated positively to the positive aspects of working paper delivered by positive affect, and negative to negative affects. Finally, two main points of convergence were observed as a result of both studies: the relevance of studying virtues for better understanding the behavior and well-beingof teachers, and more specifically, the relationship established in both studies, between the importance and the perception of temperance and transcendence virtues and inadequate working conditions. Consequently, future research and intervention projects should consider the use of character strengths at work aiming for the decrease of negative emotions and in order to increase positive emotions and subjective well-being levels.
URI: http://repositorio.ufes.br/handle/10/9040
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